Estêvão da Guarda

Trovador medieval
Nacionalidade
Portuguesa

Notas biográficas

Trovador português ativo no período final da poesia galego-portuguesa, Estêvão da Guarda deverá ter nascido por volta de 1280, de uma família com raízes na cidade da Guarda, como o seu apelido indica2. Em 1299 encontramo-lo já na corte de D. Dinis, desempenhando as funções de escrivão régio. Nos anos seguintes, e sobretudo a partir de 1314, a sua gradual proximidade com o rei, de quem se diz "vassalo" e "criado", é-nos comprovada quer pelos numerosos documentos que assina em seu nome, quer pelos cargos que acumula de eichão e escanção-mor, quer ainda pelas doações e benesses régias que lhe são conferidas em penhor da sua fidelidade e dos seus bons serviços, e que contribuíram para a importante fortuna que conseguiu acumular. Manteve-se ao lado de D. Dinis nos conturbados anos finais do seu reinado, nomeadamente aquando dos conflitos sucessórios com o infante herdeiro D. Afonso, sendo uma das testemunhas do documento de 1321, no qual o monarca expõe o rol de acusações contra o infante e os seus partidários3. Após a morte de D. Dinis, parece ter-se afastado por uns tempos da corte, mas acaba por regressar e, embora o seu nome apareça de forma mais esporádica, é ainda mencionado como conselheiro régio e procurador para os assuntos ibéricos de Afonso IV4.
Como uma parte das suas composições satíricas pode ser datada deste período, a sua atividade trovadoresca, certamente iniciada ainda no reinado de D. Dinis, deve ter-se prolongado até meados do século XIV. Ainda vivo em 1362, terá morrido um pouco antes de Abril de 1364 (já no reinado de D. Pedro I e decerto já muito idoso), estando sepultado no Mosteiro de São Vicente de Fora, onde instituiu uma capela (hoje desaparecida), juntamente com sua mulher, Sancha Domingues.